Incertezas fiscais com possível prorrogação do estado de calamidade pública e os destaques da semana
Panorama Semanal de 10 a 14 de agosto*
As incertezas fiscais no Brasil e a demora na aprovação do pacote de ajuda nos Estados Unidos marcaram o noticiário semanal, bem como o anúncio de uma vacina russa contra a Covid-19.
A possibilidade de uma prorrogação do estado de calamidade pública no Brasil intensificou o receio de um impacto maior nas contas públicas, pois regras fiscais podem ser descumpridas nesse caso. A discussão ganhou relevo com a saída dos secretários Salim Mattar (Desestatização) e Paulo Uebel (Desburocratização, Gestão e Governo Digital) do Ministério da Economia – o que pôs em xeque o real compromisso do governo com o andamento das privatizações e da reforma administrativa.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu o teto dos gastos públicos, afirmou que não deixará o cargo e disse que espera apoio do presidente Jair Bolsonaro à agenda liberal.
Após reunião sobre o teto de gastos no Alvorada, Bolsonaro fez, então, um pronunciamento ao lado dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, a favor do teto de gastos e da responsabilidade fiscal.
Nesse contexto todo, a articulação política ganhou novas peças, com o convite de Bolsonaro ao deputado Ricardo Baros para ser o líder do governo na Câmara, substituindo o Major Vitor Hugo.
Na economia, destaque para o IBC-Br, indicador de atividade do Banco Central que é uma espécie de prévia do PIB. O índice recuou 11% no segundo trimestre, a maior queda na atividade econômica desde 2003.
E o IBGE divulgou alta de 8% nas vendas do comércio varejista em junho. Já a venda de serviços avançou 5%.
No momento em que o país registra mais de 105 mil vítimas fatais por Covid-19 – entre as quais a avó da primeira-dama, Michelle Bolsonaro – a popularidade de Bolsonaro atinge o maior nível desde o início de seu mandato.
A Rússia foi o primeiro país a anunciar que já aprovou uma vacina. Sem evidências de testes em larga escala, no entanto, a notícia foi recebida com ceticismo.
Nos EUA, republicanos e democratas ainda não alcançaram consenso sobre o pacote de ajuda em meio à pandemia.
No Líbano, após as explosões da semana passada, o governo apresentou sua renúncia.
Israel e os Emirados Árabes Unidos fecharam um acordo para normalizar suas relações diplomáticas. O acordo foi mediado pelos EUA.
A desvalorização de petróleo e minério de ferro no mercado internacional mexeu com os indicadores de mercado.
No pregão desta quinta-feira, o Ibovespa fechou em queda de 1,62%, a 100.460 pontos. O dólar recuou 1,56%, cotado a R$ 5,367.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.
* Dados atualizados até às 10h.